AULA PROGRAMADA T9 PROFESSORA SILVIA LÍNGUA PORTUGUESA 30/04/2020
Leia:
Engenho mostra um pouco do que gosta
O “Engenho Teatral” vive na contramão: ao contrário dos filmes
americanos e das novelas brasileiras, não representa o mundo como
conflito de personagens. A vida não se resume a relações pessoais,
afetivas, à psicologia e ao caráter desse ou daquele. Nem sempre
historinhas pessoais, fábulas, dão conta de relações fundamentais
entre os homens.
O açúcar, o ouro ou o café brasileiro já foram as principais
mercadorias do mundo. O que ficou dessa riqueza para escravos,
mineiros, colonos? A quem serviu essa exploração desenfreada? Hoje,
vivemos novamente situação semelhante: a descoberta de petróleo em
camadas profundas do nosso litoral (no chamado pré-sal) aponta para
um novo surto de riquezas absurdas. Quem vai levar isso?
O “Engenho” se pergunta: interessa representar essa questão no
palco? E ela se explica através do caráter e das relações
afetivas e pessoais do presidente da Petrobrás, da Shell ou do
presidente do Brasil? As histórias, briguinhas e intrigas nos moldes
do filme americano e da novela dão conta de questões como essa, que
são fundamentais em nossa vida e destino?
Obviamente, as formas, o jeito de representar a vida que predomina na
indústria cultural, não são gratuitos, não são neutros nem
inocentes e, muito menos, refletem uma suposta natureza humana. Mas
formam nosso gosto, nossa maneira de olhar, sentir, pensar e
reelaborar o mundo. Essa forma define um padrão (pode ser o padrão
global): ao plantar em nosso cérebro uma maneira aparentemente
“natural” de ser, pensar e sentir, o padrão também determina o
que é bom e o que é ruim, o que tem qualidade e o que não tem, o
que pode e o que não pode, o que queremos ou deixamos de querer. Por
isso, muitas vezes, emocionados, pensamos e sentimos: “é assim
mesmo que a vida é” ou “hoje, o capítulo da novela foi de
arrebentar” ou “aquele filme é demais!”. No sentido contrário,
perdemos o interesse por determinados assuntos ou formas de
representá-los: “ah, é muito chato!” (e isso, quase sempre, se
volta contra aquilo que foge aos padrões estabelecidos; ainda assim,
achamos que nós é que pensamos dessa maneira, que essa é a maneira
“natural”, que isso faz parte de “nossa” “natureza humana”
e não que isso foi produzido em nós por uma história e
interesses).
Repetimos: o “Engenho Teatral” vive na contramão, tenta
representar essa história e esses interesses, tenta enxergar aquilo
que as formas da indústria cultural e nosso dia a dia escondem.
[...]
Questão
1 – O “Engenho Cultural” vive
na contramão porque:
a)
trata das principais relações afetivas entre as pessoas.
b)
determina o que é de que qualidade.
c)
direciona o nosso modo de olhar.
d)
vê aquilo
que está
oculto no nosso cotidiano e que interfere em nossas vidas.
Questão
2 – No segundo parágrafo, os dois
pontos introduzem uma:
a)
explicação
b)
enumeração
c)
exemplificação
d)
observação
Questão
3 – Os pronomes grifados a seguir
substituem:
a)
“E ela
se explica através do caráter e das relações afetivas e pessoais
[...]”
(
) a vida
(
) essa exploração desenfreada
(
) a pergunta
(
) essa questão
b)
“[...] ou formas de representá-los
[...]”
(
) o caráter e as relações afetivas
(
) determinados assuntos
(
) interesses
(
) padrões estabelecidos
Questão
4 – Na parte “Por
isso, muitas vezes, emocionados,
pensamos e sentimos [...]”, a conjunção destacada estabelece uma
relação de:
a)
comparação
b)
oposição
c)
condição
d)
causa
Questão
5 – Há o predomínio no texto do
emprego da vírgula para:
a)
inserção de orações explicativas.
b)
omissão de termos oracionais.
c)
enumeração de elementos.
d)
isolamento de expressões com valor adverbial.
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